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Channel: Comentários em: É o tempo, estúpidos!
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Por: António

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1 – “Os professores queixam-se muito” – Concordo, apesar de muitas vezes terem razão em fazê-lo.
2 – “Os professores, ao longo de vários anos, têm visto as suas condições de trabalho serem lesadas, nomeadamente, através de uma sobrecarga com tarefas de cariz administrativo.” – Tanto quanto sei, hoje em dia, esta “sobrecarga de cariz administrativo” depende em grande parte das escolas, ou melhor das suas direcções, ou melhor ainda do seu director. Neste caso, não deve ser ao Sr. director que devem dirigir a queixa e apresentar alternativas para resolver as questões “administrativas”? Em última instância, deve haver algum órgão acima da direcção que possa apreciar estes casos.
3 – “os professores pagam, do seu bolso, tudo o que implica deslocações e alojamento” – Quantas são as empresas que suportam as deslocações e o alojamento dos funcionários? Muito poucas com certeza. Só profissões muito específicas ou com muita procura no mercado de trabalho têm estas benesses. Ah, esqueci-me dos deputados, esses sim têm direito a ajudas de custo para deslocações e alojamento! Dito isto resta-me acrescentar que a localização geográfica é um dos itens que constam dos concursos, verdade? Se não querem pagar despesas concorram para próximo de casa. Se não ficam colocados por fazê-lo… paciência. O material é outra história. Aí devia ser proporcionado o material necessário.
4 – “…foram alvo de congelamentos vários, reposicionamentos na carreira, diversos aumentos de impostos e cortes salariais.” – Não foram só os professores, mas a generalidade dos funcionários públicos. Ah, e os impostos foram para todos. Devo acrescentar que a “carreira” está, na minha opinião, com um desfasamento enorme entre quem a inicia e quem está “no topo”. Devem menorizar-se estas desigualdades aproximando os escalões inferiores aos superiores, e uma forma de o fazer é congelar os escalões superiores. Outra forma seria aumentar os escalões inferiores, mas aí seria necessário mais dinheiro, algo que não abunda, pelo que consta. Não se justifica que para a mesma “tarefa” se paguem salários com diferenças absurdas (três e quatro vezes). Também acho que nesta questão das carreiras os governos têm cometido erro atrás de erro ao promoverem desigualdades dentro da classe.
5 – “…os professores são uns privilegiados que trabalham pouco…” – Discordo totalmente. Não se pode generalizar. Há os que trabalham muito, os que trabalham pouco e os que não trabalham. Quero acreditar que os do primeiro grupo são a grande parte.
6 – “a lembrança de que qualquer trabalhador português está obrigado a trabalhar 35 horas semanais” – Acho que em vez de “trabalhador português” deveria dizer funcionário público português, porque o “trabalhador português” trabalha 40 horas e não 35. Esta teve piada.
7 – Resumindo, e porque não disponho de mais tempo acrescentaria o seguinte. Respeito muito os professores e acredito que são um garante da educação dos nossos filhos. Há muita coisa que está mal na nossa educação (assim como saúde, justiça, etc). Se há alguém que pode melhorar o estado da educação são os professores, que fazem parte do sistema, mantendo a atitude crítica que os caracteriza. Sei que dei uma no cravo e outra na ferradura. Escrevi uma lista de contradições. Ora convosco ora contra vós. Alguém tem que ser o “advogado do diabo”. Viva a democracia e a liberdade de expressão. Professores, pensem, critiquem, ajam, sugiram alternativas, envolvam-se, onde se tomam as decisões. Não se limitem a QUEIXAR-SE de tudo e mais alguma coisa.
8 – Ah, é verdade, sou professor num curso profissional (apesar de preferir o termo formador), técnico paramédico e empresário. Talvez as contradições advenham daqui.


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